Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Gravidez na adolescência e exclusão social: análise de disparidades intra-urbanas

2006; Pan American Health Organization; Volume: 19; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s1020-49892006000400003

ISSN

1680-5348

Autores

Cristina Maria Rabelais Duarte, Vânia Barbosa do Nascimento, Marco Akerman,

Tópico(s)

Poverty, Education, and Child Welfare

Resumo

OBJETIVO: Comparar as adolescentes que residiam em quatro áreas com diferentes graus de exclusão social no Município de Santo André, Estado de São Paulo, em relação ao nível de escolaridade, o peso ao nascer e a idade gestacional dos bebês e as taxas de fecundidade específicas de cada área no ano de 1998. MÉTODO: Foi realizado um estudo transversal ecológico com 1 314 adolescentes. As quatro áreas utilizadas foram as previamente identificadas no Mapa da exclusão/inclusão social da cidade de Santo André, sendo a área 1 a de exclusão social mais pronunciada e a 4 a de menor exclusão social. Os dados das adolescentes e de seus recém-nascidos foram coletados através do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), e as informações socioeconômicas do Município de Santo André foram obtidas da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Mapa da exclusão/ inclusão social da cidade de Santo André. RESULTADOS: O nível de escolaridade mostrou uma relação estatisticamente significativa com as áreas mais pobres, que concentravam o maior número de adolescentes com menos escolaridade. Quanto à distribuição do baixo peso ao nascer, 76,8% dos bebês nascidos com < 2 500 g encontravam-se nas áreas mais pobres da cidade. A maior taxa de fecundidade (35,7 em 1 000 adolescentes) também esteve associada às piores condições socioeconômicas, enquanto que a menor taxa (12,1 em 1 000) foi observada na área mais favorecida. A freqüência de bebês prematuros não foi diferente entre as quatro áreas (P = 0,81). CONCLUSÕES: Os resultados mostram que mais adolescentes de baixa escolaridade e menor nível socioeconômico tiveram mais filhos. É necessário promover ações específicas para evitar a gravidez nesse grupo e para incentivar a inclusão social dessas adolescentes e de seus filhos, abrindo a eles perspectivas de modificar a sua condição.

Referência(s)