Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Uma cidade pós‑criativa?

2012; Center for Social Studies, University of Coimbra; Issue: 99 Linguagem: Português

10.4000/rccs.5091

ISSN

2182-7435

Autores

M. R. Miles,

Tópico(s)

Housing, Finance, and Neoliberalism

Resumo

Na década de 1990, a reabilitação urbana de base cultural tornou‑se regra na Europa, legitimada pelo conceito de cidade criativa. Em alguns casos, esse processo levou a uma marginalização de culturas locais; noutros, a esperada nova prosperidade não se concretizou com a estetização do espaço e o resultante do enobrecimento urbano (gentrification). A cidade criativa é uma cidade socialmente fragmentada na qual se valoriza a cultura entendida como as artes, em detrimento da cultura enquanto articulação de valores partilhados no quotidiano. Contudo, a crise financeira de 2008 intercetou esta trajetória, proporcionando uma oportunidade para reavaliar o conceito de cidade criativa e os seus valores implícitos. Têm aparecido alternativas, nomeadamente o movimento Ocupa e a arte ativista. Poderá existir uma cidade pós‑criativa? Poderá a imaginação criativa de uma diversidade de grupos urbanos levar a novas formações sociopolíticas e culturais? Isso constituiria possivelmente uma outra revolução urbana.

Referência(s)