
POR UMA SOCIOLOGIA DA SOLIDÃO MEDIEVAL: ISOLAMENTO, SOCIEDADE E RELIGIÃO EM CONTEXTO NORMATIVO MONÁSTICO (MUNDO LATINO, SÉCULOS IV-XII)
2015; Volume: 16; Issue: 1 Linguagem: Português
10.21572/2177-7306.2015.v16.n1.10
ISSN2177-7306
Autores Tópico(s)Classical Studies and Legal History
ResumoClericum solitudo facit, non publicum. Segundo a fórmula oriunda da Institutio canonicorum Aquisgranensis (816) o isolamento (solitudo) é a marca distintiva do clero. Tal expressão demonstra a importância da separação como instrumento de ordenação social. Por meio da análise do emprego normativo de alguns termos que compõe o que venho chamando de "vocabulário da solidão", proponho aqui uma nova explicação, ao mesmo tempo global e específica, para a eficácia social do monasticismo medieval e, em especial, de sua vertente eremítica. O artigo está organizado em quatro partes. Na primeira será apresentada uma breve introdução às questões conceituais necessárias para o desenvolvimento de uma sociologia da religião preocupada com o papel da separação em contexto comunitário. Em seguida, a translatio latina do isolamento "oriental" será abordada. A terceira etapa consistirá em apresentar como a crítica ao isolamento geográfico da Alta Idade Média deu lugar, a partir do século XI, a uma eclesiologia eremítica. Por fim, apresentaremos um estudo detalhado da normatividade da solidão entre os primeiros monges-eremitas cartuxos.
Referência(s)