Alguém mais belo do que eu: Alberto Caeiro, Leopold Bloom, o Portugal de Pessoa, a Irlanda de Joyce e outras Brancas de Neve
2006; Center for Social Studies, University of Coimbra; Issue: 74 Linguagem: Português
10.4000/rccs.925
ISSN2182-7435
Autores Tópico(s)Health, Education, and Cultural Studies
ResumoAo definir-se como um quarto de espelhos fantásticos, Fernando Pessoa encontra no espelho a única certeza comum a todas as "reflexões falsas", a materialização da "única anterior realidade" que os seus inúmeros espelhos "torcem". Tomando a Branca de Neve como uma sublimação final da beleza usurpadora da Madrasta e a corporização de uma beleza inicial, considerarei os "inúmeros espelhos fantásticos" de Pessoa e o "cracked looking glass" de Joyce como distorcidas sequelas de uma qualquer pureza de origem ou de uma superfície reflectora una. Argumento que Caeiro, Bloom, o Império Espiritual de Pessoa e a "Irlanda Caricatura do Mundo Sério" de Joyce virão a ser a materialização dessa superfície reflectora de origem, Brancas de Neve posteriores às realidades que lhes são madrastas mas colocadas estrategicamente na sua origem e destinadas a suprir a ausência de uma "única anterior realidade" – pessoal, nacional e global.
Referência(s)