Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Sobre heróis índios, arautos modernos e a performatividade das manchetes: a auralidade de O Guesa, de Sousândrade, ou a epopeia como meio de comunicação

2012; Intercom; Volume: 35; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s1809-58442012000100002

ISSN

1980-3508

Autores

Marco Thomas Bosshard,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

Este artigo enfoca O Guesa, epopeia do poeta romântico brasileiro Sousândrade. Partindo da metodologia dos Estudos Teatrais e do conceito de 'auralidade', que implica a combinação de um texto escrito com a sua recitação pública diante de um auditório, dá-se atenção especial ao texto da representação épica, de maneira que se analisa a epopeia não como gênero literário, senão como um meio de comunicação que relaciona o poeta com o seu público. O Guesa contém vários elementos - por exemplo, arautos modernos que vociferam a sintaxe característica das manchetes dos jornais do século 19, bem como o jogo recorrente com a polissemia e a homofonia - que requerem uma encenação performativa do texto épico escrito. Com a interligação da escrita clássica (épica) e modernos recursos literários (do jornalismo) consegue Sousândrade uma reformulação da expressão literária. Isto não se limita apenas ao nível textual, mas a reformulação se reflete na diversidade das fontes e faz aparecer O Guesa em um contexto pan-continental e pan-medial.

Referência(s)