
Doenças parasitárias em ruminantes no semi-árido brasileiro
2009; Colégio Brasileiro de Patologia Animal (CBPA); Volume: 29; Issue: 7 Linguagem: Português
10.1590/s0100-736x2009000700011
ISSN1678-5150
AutoresValéria Medeiros de Mendonça Costa, Sara Vilar Dantas Simões, Franklin Riet‐Correa,
Tópico(s)Parasites and Host Interactions
ResumoArquivos de fichas clínicas de ruminantes ou amostras para diagnósticos recebidos pelo Hospital Veterinário da Universidade de Campina Grande, em Patos, Paraíba, de janeiro 2000 a agosto 2007, foram revisados para avaliar alguns aspectos epidemiológicos de doenças parasitárias de ruminantes na região semi-árida da Paraíba e estados vizinhos. A região apresenta precipitações médias anuais de aproximadamente 800mm, com chuvas irregulares concentradas em um período de 3-4 meses e uma temperatura média anual de 26°C. No período, 163 (5,31%) de 3.064 ruminantes foram afetados por alguma doença parasitária clinica. A doença parasitária mais frequente em caprinos e ovinos foi a helmitose gastrointestinal, principalmente a hemonchose, e caprinos foram mais afetados (6,24% dos casos diagnosticados) do que os ovinos (4,7% dos casos diagnosticados). A maior freqüência da doença nos caprinos pode estar associada à maior susceptibilidade destes ou devido a erros no tratamento, como a utilização da mesma dose para as duas espécies, o que para a maioria dos anti-antihelmínticos é insuficiente para caprinos. Bovinos tiveram uma baixa freqüência de helmintoses gastrintestinais (1 de 1.113 casos). Esta baixa freqüência deveu-se, provavelmente, ao sistema de criação no semi-árido, com baixa taxa de lotação, até um animal adulto por hectare a cada 13-16 hectare, e a permanência de bezerros (suscetíveis) com as mães (resistentes) por períodos de até um ano antes da desmama. A ocorrência de eimeriose em caprinos e ovinos foi de 0,76% dos casos, envolvendo apenas os animais jovens. Em bovinos a principal doença foi à tristeza parasitária com 14 surtos. Os surtos de tristeza ocorreram principalmente no final do período chuvoso em áreas de desequilíbrio enzoótico incluindo as montanhas e planaltos da região da Borborema, áreas irrigadas, e áreas das bacias do Rio do Peixe e Rio Piranhas. Nas áreas mais secas do semi-árido o Rhipicephalus (Boophilus) microplus não sobrevive durante o período de seca, mas, tristeza parasitária pode ocorrer quando no início do período chuvoso bovinos com carrapatos são introduzidos e esses se multiplicam durante o mesmo.
Referência(s)