
Heterotopias urbanas: Espaços de poder e estratégias sócio-espaciais dos Sem-Teto no Rio de Janeiro
2010; Volume: 9; Issue: 27 Linguagem: Português
10.4067/s0718-65682010000300013
ISSN0718-6568
Autores Tópico(s)Literature, Culture, and Criticism
ResumoO artigo é uma tentativa de aproximação entre das lutas travadas pelo movimento dos sem-teto no Rio de Janeiro e a idéia de heterotopia assim como foi elaborada e (pouco) desenvolvida por Michel Foucault.As estratégias desse movimento, suas formas de reapropriação e resignifiação dos espaços urbanos, poderiam ser identificadas, nesse quadro teórico, como contribuições para a criação e manutenção de enclaves insurgentes na cidade, isto é, heterotopias urbanas.Estes seriam espaços criados, definidos, reproduzidos a partir de relações de poder situadas.Ao contrário das utopias que seriam espaços imateriais, ilusórios, idealizados, possivelmente inalcançáveis, as heterotopias seriam espaços concretos e reais, utopias efetivamente realizadas.Incorporar a análise das heterotopias foucaultianas, à compreensão da dinâmica socioespacial das ocupações dos semteto pode ser importante, pois estas são práticas que residem e se equilibram justamente entre, de um lado o "formal", o "institucional", o "moralmente aceito" e, do outro, aquilo que é necessário, justo, viável, possível, para a sobrevivência na cidade.As heterotopias seriam essas formas de resignificação e reapropriação que garantem a sobrevivência daqueles que
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