
Distonia virtual por infarto talâmico posterolateral ventral: relato de caso
1996; Thieme Medical Publishers (Germany); Volume: 54; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0004-282x1996000300020
ISSN1678-4227
AutoresRicardo de Oliveira‐Souza, Maria Elena de Lima Martins, Pedro Ângelo Andreiuolo, Andreia Rotmeister,
Tópico(s)Neurology and Historical Studies
ResumoO presente trabalho relata o caso de um diabético hipertenso acometido de uma forma fragmentária da síndrome de Dejerine-Roussy e "sensação de câimbra dolorosa" nos artelhos quando se deitava ou removia o pé do contato com o chão. A propriocepção estava acentuadamente comprometida nos artelhos que abrigavam a câimbra. Seu relato se adequava ao padrão das distonias fixas, não transcrita, todavia, como deformidade motora visível, razão pela qual designamos o fenômeno de "distonia virtual". A RNM mostrou imagem de infarto do núcleo lateral posterior do tálamo (VPL) e degeneração walleríana de projeções VPL-corticais. O SPECT, exclusão do tálamo e hipoperfusão do córtex parietal dorsal ipsilateral e dos núcleos da base bilateralmente. Sugerimos que, em decorrência da interrupção de aferentes propríoceptivos no tálamo, o córtex somestésico (S-I) originou atividade topograficamente ordenada, que emergiu sob a forma de distonia como representação mental subjetiva. Sugerimos que a distonia virtual represente o análogo somestésico das alucinoses unimodais, cujo exemplo mais conhecido é a síndrome de Bonnet.
Referência(s)