Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Fatores de risco à senilidade na transição à aposentadoria

2011; UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO; Volume: 14; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s1809-98232011000300003

ISSN

1981-2256

Autores

Juan Carlos Lara Canizares, Wilson Jacob Filho,

Tópico(s)

Health disparities and outcomes

Resumo

INTRODUÇÃO: A aposentadoria, um dos principais desencadeantes de comprometimentos funcionais em quem envelhece, passa muitas vezes despercebida quanto a sua importância patogênica e, portanto, não recebe a devida prevenção e tratamento. Neste estudo levantou-se a hipótese de que a aposentadoria é um processo gradativo de perdas que se relaciona com o envelhecimento patológico. OBJETIVO: Detectar fatores psicológicos e sociais da aposentadoria determinantes no envelhecimento patológico. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Durante o ano de 2008, 79 funcionários do Hospital das Clínicas de São Paulo, em transição à aposentadoria, foram convidados a preencher um questionário geral de opinião, de múltiplas opções de respostas, sobre fatores psicossociais da aposentadoria que melhor expressam os sentimentos e emoções perante a proximidade desse evento. RESULTADOS: Da população de estudo, a aposentadoria afeta mais a estrutura psicológica dos homens, dos mais jovens, dos que têm menor nível de autoridade no cargo e menor nível de escolaridade. As dificuldades decorrentes do afastamento do trabalho são maiores para sujeitos mais velhos, para as pessoas com menor nível de autoridade e para pessoas com menor nível de escolaridade. A mudança de ritmo de vida decorrente da aposentadoria afeta mais sujeitos com menor nível de autoridade, e a possibilidade de surgirem conflitos após a aposentadoria é maior em sujeitos com maior nível de escolaridade. CONCLUSÃO: A aposentadoria é um processo gradativo de perdas que produz instabilidade emocional, com consequências nocivas ao futuro. Quanto menor for a idade do sujeito que se aposenta, maior o impacto desse evento. Sujeitos com maior escolaridade e nível de autoridade têm melhor adaptação à mudança e capacidade de lidar com as dificuldades na transição à aposentadoria.

Referência(s)