Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Qualidade de vida do doador após transplante hepático intervivos

2005; Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia (IBEPEGE); Volume: 42; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0004-28032005000200004

ISSN

1678-4219

Autores

Júlio Cézar Uili Coelho, Mônica Beatriz Parolin, Giórgio Alfredo Pedroso Baretta, Silvânia Klug Pimentel, Alexandre Coutinho Teixeira de Freitas, Daniel R. Colman,

Tópico(s)

Organ Donation and Transplantation

Resumo

RACIONAL: A qualidade de vida do doador após transplante hepático intervivos ainda não foi avaliada em nosso meio. OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida do doador após transplante hepático intervivos. MÉTODOS: De um total de 300 transplantes hepáticos, 51 foram de doadores vivos. Doadores com seguimento menor do que 6 meses e os que não quiseram participar do estudo foram excluídos. Os doadores responderam a um questionário de 28 perguntas abordando os vários aspectos da doação, sendo também avaliados dados demográficos e clínicos dos mesmos. RESULTADOS: Trinta e sete doadores aceitaram participar do estudo. Destes, 32 eram parentes de primeiro ou de segundo grau do receptor. O esclarecimento sobre o caráter voluntário da doação foi adequado para todos pacientes. Apenas um (2%) não doaria novamente. A dor pós-operatória foi pior do que o esperado para 22 doadores (59%). O retorno às atividades normais ocorreu em menos de 3 meses para 21 doadores (57%). Vinte e um doadores (57%) tiveram perda financeira com a doação devido a gastos com medicamentos, exames, transporte ou perda de rendimentos. Trinta e três (89%) não tiveram modificação ou limitação na sua vida após a doação. Os aspectos mais negativos da doação foram a dor pós-operatória e a presença de cicatriz cirúrgica. A maioria das complicações pós-operatória foi resolvida com o tratamento clínico, mas complicações graves ou potencialmente fatais ocorreram em dois pacientes. CONCLUSÕES: A maioria dos doadores apresentou boa recuperação e retornou completamente as suas atividades normais poucos meses após a doação. O aspecto mais negativo da doação foi a dor pós-operatória.

Referência(s)