Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Experiência clínica inicial na desmineralização química da valva aórtica: potencial aplicação como procedimento minimamente invasivo

2006; Brazilian Society of Cardiovascular Surgery; Volume: 21; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s0102-76382006000200013

ISSN

1678-9741

Autores

Ricardo Carvalho Lima, Gerhard Wimmer‐Greinecker, Mário Gesteira Costa, Mozart Escobar, Roberto Gouvea Silva Diniz, Antônio Césio, Frederico Pires Vasconcelos, Alexandre Menezes, Robert D. Poser, Jerry Riebman,

Tópico(s)

Cardiac Structural Anomalies and Repair

Resumo

OBJETIVO: Utilização de nova tecnologia na desmineralização química da valva aórtica, em cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea, avaliação de suas alterações hemodinâmicas e reportar eventos relacionados à técnica. MÉTODO: Cinco pacientes, submetidos à revascularização miocárdica e portadores de estenose aórtica leve a moderada, receberam tratamento químico na valva aórtica. A idade dos pacientes variou de 65 a 81 anos, com média de 73 anos; sendo todos do sexo masculino. Um paciente tinha doença uniarterial e quatro, multiarterial (quatro vasos). O gradiente médio variou de 13 a 49 mmHg, com média de 25 mmHg. A área média do orifício aórtico variou de 0,8 a 1,3 cm², com média de 1,1cm². Os antecedentes observados foram: hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabete melito e fumo. RESULTADOS: O período de pinçamento aórtico variou de 94 a 126 minutos, com média de 107 minutos. O tempo de "bypass" variou de 134 a 171 minutos, com média de 152 minutos. O tempo de tratamento variou de 13 a 33 minutos, com média de 28 minutos. Não foi observado nenhum óbito. Complicações pós-operatórias observadas foram: bloqueio atrioventricular total em três pacientes. Não foram observados eventos que comprometessem a integridade da valva aórtica ou provocassem insuficiência aórtica pós-tratamento. Também não se observaram eventos neurológicos, sistêmicos, metabólicos ou hematológicos. O gradiente transvalvar pós-operatório, determinado pelo ecocardiograma, demonstrou melhora no gradiente sistólico e médio. CONCLUSÕES: O tratamento demonstrou ser efetivo e seguro, não causando lesão à valva ou algum evento sistêmico. As alterações do sistema de condução parecem relacionadas com o equipamento e seu sistema de liberação da substância de lavagem. A utilização desta tecnologia poderá ser, no futuro, um importante coadjuvante na substituição da valva aórtica por via transcutânea.

Referência(s)