
PUBLIC POLICY, MITIGATION AND ADAPTATION TO CLIMATE CHANGE IN SOUTH AMERICA
2010; UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ; Volume: 9; Issue: 18 Linguagem: Português
10.4215/rm.v9i18.379
ISSN1984-2201
AutoresRafael D’Almeida Martins, Pedro Leite da Silva,
Tópico(s)Sustainable Development and Environmental Policy
ResumoA divulgacao do quarto relatorio do Painel Intergovernamental sobre Mudancas Climaticas (IPCC AR4 em ingles) no ano de 2007 consolidou o tema das mudancas ambientais globais na agenda internacional ao afi rmar com alto grau de confi anca que o aquecimento do planeta seria resultado, tambem, de atividades humanas. Tratou-se de afi rmacao contundente e hoje o tema tem presenca garantida na midia diaria e o engajamento de comunidades politicas, empresariais e cientifi cas que buscam articulacao e coordenacao de esforcos diversos como estrategia para enfrentar o maior desafi o do sec. XXI (GIDDENS, 2009). Entretanto, a complexidade do t ema e a magnitude das adaptacoes necessarias para enfrenta-lo em termos de mudancas em padroes de producao e consumo, matriz energetica e marcos institucionais, entre tantas outras, gera um infi nito numero de questoes a serem discutidas e analisadas. O tema tambem e cercado de grande incerteza que mesmo com o avanco rapido da ciencia do clima, permanecem lacunas importantes na compreensao e na modelagem de sistemas biogeofisicos da Terra. Mesmo assim, nos ultimos anos, recentes evidencias foram coletadas e analisadas e serviram de subsidio para que novas projecoes fossem feitas, combinadas a avancos na capacidade de modelagem do sistema climatico global (FUSSEL, 2008). Esses estudos reforcam o entendimento de maioria esmagadora da comunidade cientifi ca que acredita na contribuicao humana para mudanca climatica (SOLOMON et al., 2007; ZHANG et al., 2007; WILLETT et al., 2007; RAHMSTORF et al., 2007). Assim, como a incerteza e inerente ao processo, nao e possivel esperar mais tempo para adotar medidas que atenuem os provaveis impactos gerados pelo aquecimento global, sejam elas de mitigacao ou de adaptacao. A dimensao, amplitude e extensao de boa parte dessas mudancas dependem da capacidade de mitigacao, ou seja, da reducao das emissoes de gases de efeito estufa (GEE), materia que vem sendo tratada no âmbito das negociacoes internacionais, em especial na Convencao-Quadro das Nacoes Unidas sobre a Mudanca do Clima (UNFCCC em ingles). Tais negociacoes envolvem diversos interesses e avancam de forma lenta e gradual, muito aquem das necessidades defendidas pelos cientistas e pelos ambientalistas. Do outro lado, como alguns impactos sao inevitaveis, uma vez que mesmo com enormes esforcos de mitigacao (muito improvaveis dado o panorama atual de negociacao), o aquecimento global devera ocorrer por varias decadas dado o nivel de concentracao de GEE na atmosfera. Dessa forma, acoes de adaptacao tambem se colocam como um imperativo a ser perseguido e implementado (NOBRE, 2007). Ribeiro (2008) defende a adocao do principio da precaucao como forma de acelerar medidas que possam atenuar as implicacoes causadas pelas mudancas globais. No caso brasileiro, a situacao e preocupante. O pais tem pouca tradicao em abordagens interdisciplinares que busquem avaliar os impactos das mudancas climaticas em ecossistemas, areas rurais e urbanas (HOGAN, 2007; NOBRE, 2007). O envolvimento do pais na pesquisa sobre as dimensoes humanas da mudanca climatica e ainda fragil e busca consolidacao (MARTINS; DOI: 10.4215/RM2010.0918.0015
Referência(s)