Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Da arqueologia portuguesa à arquitetura brasileira

2006; Universidade de São Paulo. Instituto de Estudos Brasileiros; Issue: 43 Linguagem: Português

10.11606/issn.2316-901x.v0i43p69-98

ISSN

2316-901X

Autores

Joana Mello,

Tópico(s)

Literature, Culture, and Criticism

Resumo

Ricardo Severo: entre o elogio e a critica A imagem de Ricardo Severo legada a posteridade foi em larga medida forjada pelo proprio engenheiro luso e por biografos encomiastas1, em geral compatriotas, condiscipulos e admiradores. Para estes, Severo foi a figura de maior destaque no ambiente cientifico, artistico e politico dos dois paises em que viveu – o Portugal nativo e a ex-Colonia tomada por ele como segunda patria – seja pelo carater multifacetado de sua obra, seja pelo brilhantismo com que teria desempenhado as mais diversas atividades ao longo da vida, como arqueologo, antropologo, cientista, historiador, escritor, arquiteto, artista e construtor. Homem de acao e de cultura, dono de invejavel erudicao e de uma personalidade inquieta que faria dele um publicista contumaz, Severo teria desempenhado com nobreza o lugar de patriarca da colonia portuguesa no Brasil, incentivando o movimento associativo luso-brasileiro e a ele dedicando grande parte de seu esforco intelectual. Ao renome como mestre da arquitetura “tradicional” no Brasil se somaria a destacada atuacao profissional ao lado de Francisco de Paula Ramos de Azevedo no requisitado Escritorio Tecnico, na Companhia Iniciadora Predial e no Liceu de Artes e Oficios de Sao Paulo. No quadro pintado por esses biografos — destoante da leitura especializada2 posterior, diga-se de passagem — Severo teria encontrado em Ramos de Azevedo um companheiro da “causa tradicionalista”, podendo a ele ser igualado na transformacao da fisionomia arquitetonica da antiga Vila de Piratininga. Renovacao ecletica do cenario urbano e campanha em prol das artes tradicionais surgindo assim como atividades simultâneas em sua obra arquitetonica.

Referência(s)