
Axé, práticas corporais e Aids nas religiões africanistas do Recife, Brasil
2013; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 18; Issue: 12 Linguagem: Português
10.1590/s1413-81232013001200021
ISSN1678-4561
AutoresLuís Felipe Rios, Cinthia Oliveira, Jonathan García, Richard Parker,
Tópico(s)Anthropological Studies and Insights
ResumoEste artigo analisa as respostas das religiões afro-brasileiras à epidemia de Aids no Recife, considerando a estrutura simbólica religiosa. Baseando-se em observações participantes e em entrevistas em profundidade realizadas com líderes religiosos afro-brasileiros e técnicos de saúde pública e de ONG, destaca a importância do "axé", a categoria nativa utilizada para pensar os eventos corporais, para entender a história da Aids nessa comunidade religiosa. Axé é energia mística, vitalidade corporal. Ele é manipulado em rituais religiosos e simbolicamente associado a sangue, suor e sêmen. Nos tempos de HIV, os rituais de escarificação corporais e a troca de fluidos durante as transações sexuais, formas para a circulação do axé e elementos-chave para o cultivo deste, também se tornam meio para a transmissão do HIV. Esses elementos foram o foco do diálogo entre as instituições religiosas e o sistema de saúde pública, um processo que gerou mudanças nas práticas religiosas de regulação da reprodução social e da vida sexual dos adeptos.
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