
Produtos metamórficos de sistemas high-sulfidation oceânicos mesoproterozoicos, grupo Serra do Itaberaba, SP
2014; Volume: 35; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5935/0100-929x.20140001
ISSN2176-1892
AutoresAnnabel Pérez-Aguilar, Izabella Vicentin Moreira, Jacqueline Silva Silles, Caetano Juliani, Flávio Machado de Souza Carvalho,
Tópico(s)Geochemistry and Elemental Analysis
ResumoO Grupo Serra do Itaberaba, no segmento central da Faixa de Dobramentos Ribeira (sudeste do Brasil), corresponde a uma sucessão meta-vulcanossedimentar do Mesoproterozoico. As rochas deste grupo foram afetadas por dois eventos metamórficos regionais na fácies anfibolito e um terceiro evento retrometamórfico na fácies dos xistos verdes. Esta sucessão depositou-se, inicialmente, em um ambiente oceânico contendo basaltos com assinaturas do tipo N-MORB, que, posteriormente, evoluiu para um ambiente de retro-arco. Neste grupo são conhecidas quatro ocorrências de rochas ricas em alumina (Guavirituba, Pedra Branca, Itaberaba e Pico Pelado), que afloram na forma de pequenas lentes intercaladas entre metabasitos, rochas metavulcanoclásticas, metatufos e metapelitos. A gênese destas rochas está associada à atividade magmática-hidrotermal oceânica em ambiente de retro arco, vinculada à colocação de pequenos corpos de rochas riolíticas e processos mineralizantes em ouro do tipo high-sulfidation. Análises por difração de raios X (DRX) de 15 amostras ricas em alumina, de granulação muito fina, permitiram identificar coríndon, topázio, margarita, rutilo e mica indiferenciada (possivelmente sericita). As associações minerais identificadas possibilitaram reconhecer a atuação de dois eventos de alteração argílica avançada e um terceiro evento de carbonatação ou retrometamórfico nas rochas do Grupo Serra do Itaberaba: o primeiro evento gerou o protolito 1, rico em óxidos de alumínio ± alunita, que, metamorfisadas, produziram litotipos azuis escuros formados por coríndon ± sericita; o segundo caracteriza um evento de silicificação que produziu o protolito 2, composto por topázio + zunyita + alunita ± rutilo ou por andalusita + alunita, correspondendo os seus produtos metamórficos a litotipos de cor marrom e esbranquiçada (ocorrência de Pico Pelado); no evento de carbonatação ou retrometamórfico cristalizou-se margarita a partir da andalusita, cianita ou sillimanita. A soma destes três eventos produziram, durante o metamorfismo ou retrometamorfismo, litotipos de cor marrom, esbranquiçada e heterogênea formados por margarita ou por margarita + sericita ± coríndon (ocorrências Guavirituba e Pedra Branca). A identificação desses litotipos em campo representa valiosa ferramenta em trabalhos de exploração mineral, uma vez que constituem rochas-guias para a localização de depósitos de ouro em sucessões meta-vulcanossedimentares metamofisadas em grau médio.
Referência(s)