
Fatores de risco de sangramento no pós-operatório de cirurgia cardíaca em pacientes adultos
2004; Brazilian Society of Cardiovascular Surgery; Volume: 19; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0102-76382004000300005
ISSN1678-9741
AutoresLeonardo Augusto Miana, Fernando Antibas Atik, Luíz Felipe Pinho Moreira, Alexandre Ciappina Hueb, Fábio Biscegli Jatene, José Otávio Costa Auler Júnior, Sérgio Almeida de Oliveira,
Tópico(s)Cardiac, Anesthesia and Surgical Outcomes
ResumoOBJETIVO: Determinar os fatores de risco de sangramento no pós-operatório de cirurgia cardíaca, na tentativa de racionalizar as medidas preventivas em populações específicas. MÉTODO: No período outubro de 2001 a março de 2002, foram estudados prospectivamente 411 pacientes consecutivos submetidos a tratamento cirúrgico de cardiopatias adquiridas, excluindo o transplante cardíaco. No intuito de identificar os fatores preditores de sangramento excessivo, foram analisadas 20 variáveis pré-operatórias, 17 operatórias e seis pós-operatórias por análise univariada e regressão linear múltipla. RESULTADOS: Os procedimentos cirúrgicos incluíram a revascularização do miocárdio em 227 (55,2%) pacientes, cirurgia valvar em 198 (48,2%), tratamento cirúrgico de doenças da aorta em 25 (6,1%) e procedimentos combinados em 60 (14,6%). A circulação extracorpórea foi empregada em 335 (81,5%) pacientes e o uso de drogas antifibrinolíticas em 148 (36%). A mortalidade em 30 dias foi de 5,6% (23 pacientes). O volume médio de sangramento em 24 horas foi de 610 ± 500 ml (variação 10-4900). A revisão cirúrgica de hemostasia foi necessária em 15 (3,7%) pacientes. Os fatores preditores independentes de sangramento excessivo pós-operatório foram a operação de emergência (p=0,049), acidose metabólica pós-operatória (p=0,001), plaquetopenia pré-operatória (p=0,034) e tempo prolongado de circulação extracorpórea (p=0,021). CONCLUSÕES: Pacientes submetidos a operações de emergência e aqueles com plaquetopenia necessitam, na medida do possível, de otimização das condições clínicas pré-operatórias. O uso de circulação extracorpórea deve ser minimizado ao máximo, principalmente em relação a sua duração. A acidose metabólica no pós-operatório deve ser corrigida agressivamente, na busca da sua causa principal.
Referência(s)