Artigo Acesso aberto

Pedro e Jorge Reinel (at.1504-60)

2015; Issue: 4 Linguagem: Português

10.4000/terrabrasilis.1209

ISSN

2316-7793

Autores

Rafael Moreira,

Tópico(s)

History of Colonial Brazil

Resumo

Na côrte dos reis D. João II e D. Manuel I de Portugal, ponto de encontro de gentes de todas as raças e proveniências, os escravos negros da Senegâmbia e Guiné, batizados, instruídos e casados com criadas mestiças ou até brancas, formavam uma elite, em que os mais aptos poderiam especializar-se em variados ofícios, de criados da alta nobreza a músicos e artistas. De 1470-80 até c.1540, distinguiu-se um grupo de habilíssimos entalhadores de marfim da Serra Leoa, criadores da arte híbrida chamada “afro-portuguesa” - primeiro exemplo duma arte colonial de origem europeia desde os Fenícios e Romanos... Pela sua inteligência no desenho e alta capacidade técnica, os filhos recebiam educação na escola do Paço, eram libertos e podiam seguir uma profissão liberal. Deve ter sido esse o caso de Pedro Reinel, ou “reinol” (i.e, já nascido no Reino), e seu filho Jorge, formados nas Matemáticas e Cosmografia, que viriam a tornar-se os fundadores e melhores representantes da “escola” de Cartografia manuelina. A esses dois negros oriundos da Serra Leoa devemos a primeira representação detalhada e realista do litoral do Brasil, e uma imagem mítica do seu interior.

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