Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Marca-passo permanente após implante percutâneo valvular aórtico: a necessidade é maior que imaginávamos?

2009; Elsevier BV; Volume: 17; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s2179-83972009000400010

ISSN

2179-8397

Autores

Rogério Sarmento‐Leite, Alexandre Schaan de Quadros, Paulo R. Prates, Ismael Voltolini, Elias J. P. Conti, Imarilde Giusti, Paulo A. Salgado Filho, Gustavo Glotz de Lima, Carlos Antônio Mascia Gottschall,

Tópico(s)

Aortic Disease and Treatment Approaches

Resumo

INTRODUÇÃO: O implante percutâneo valvular aórtico é uma alternativa promissora no tratamento da estenose aórtica grave de pacientes com elevado risco cirúrgico. No entanto, parte desses pacientes pode desenvolver distúrbios do sistema de condução elétrico do coração e necessidade de implante de marca-passo permanente. O mecanismo das alterações do sistema de condução não está completamente elucidado. Nosso objetivo é avaliar a frequência e os fatores relacionados à necessidade de marca-passo permanente em nosso meio. MÉTODO: Série de casos com descrição das variáveis absolutas e relativas associadas à necessidade de marca-passo permanente em pacientes submetidos a implante percutâneo valvular aórtico no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul. RESULTADOS: Entre novembro de 2008 e novembro de 2009, 10 pacientes foram submetidos a implante percutâneo valvular aórtico com prótese CoreValveTM. Excluíram-se da análise 2 pacientes que faleceram por complicações não associadas aos distúrbios do sistema de condução. Nos 8 pacientes restantes obteve-se sucesso do procedimento, com redução dos gradientes entre o ventrículo esquerdo e a aorta e melhora sintomática. A maioria era composta por mulheres (75%), com média de idade de 86 anos. Houve necessidade de marca-passo permanente em 6 pacientes (75%) pós-implante percutâneo valvular aórtico. O único fator relacionado foi o surgimento de bloqueio de ramo esquerdo. No seguimento clínico, 1 paciente reassumiu o ritmo sinusal, 2 alternam ritmo próprio com o do marcapasso e 3 permanecem dependentes do estímulo artificial, até o momento. CONCLUSÕES: Observou-se elevada necessidade de marca-passo permanente após implante percutâneo valvular aórtico e o surgimento de bloqueio de ramo esquerdo parece estar associado a essa ocorrência. Estudos adicionais com maior poder, comparativos com outras técnicas, são necessários para definir a exata incidência dos distúrbios de ritmo provocados pelo implante percutâneo valvular aórtico.

Referência(s)