Artigo Acesso aberto

Algumas considerações sobre a tradução de Finismundo para o Inglês

2014; Volume: 9; Issue: 15 Linguagem: Português

10.25094/rtp.2013n15a137

ISSN

1808-5385

Autores

Andrea Kouklanakis,

Tópico(s)

Linguistics and Language Studies

Resumo

Este trabalho é um comentário sobre a minha tradução de Finismundo: a última viagem, poema de Haroldo de Campos. Dentre outras caracterizações, Finismundo é uma tradução interpretativa do herói Odisseu e de Ulysses. O primeiro concebido num mundo pós-clássico; e o segundo enfaticamente pós-heroico. O poema é também um comentário indireto sobre a audácia inerente às traduções dos épicos de Homero. Neste sentido, Haroldo implicitamente alude às primeiras traduções da Ilíada e Odisseia para o português, feitas por Odorico Mendes, no século XIX, as quais considera audaciosas e avant-garde (Campos, 1996). Haroldo (1996) escreve que a ideia para a concepção deste poema veio de um estudo semiológico do crítico D’Arco Silvio Avalle (1975). Nesse estudo, Avalle examina o canto 26 do Inferno, onde Dante oferece uma resolução para o enigma da morte de Odisseu: o herói alcançará o paraíso terrestre, somente se conseguir passar pelos limites das colunas de Hércules. Essa gênese do poema, em afinidades com a crítica literária e com alusão ao estilo rococó de Odorico Mendes, enformou este projeto de tradução. Para um tal texto da poesia concreta, elaborado assim de forma arquitetônica e chamando atenção para as letras e as palavras, eu escolhi adotar um método de tradução o mais literal e conservador possível.

Referência(s)