Para onde foram os bebês? Em busca de uma Antropologia de bebês (e de seus cuidadores)
2009; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 20; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0103-65642009000300002
ISSN1678-5177
Autores Tópico(s)Geographies of human-animal interactions
ResumoEm quase toda a literatura antropológica bebês são frequentemente negligenciados, como se estivessem fora do escopo tanto do conceito de cultura quanto dos métodos da disciplina. Este artigo propõe seis razões para essa exclusão dos bebês da discussão antropológica: as memórias e o status parental do próprio antropólogo, a questão problemática da agência dos bebês e sua suposta dependência de outras pessoas, suas rotinas ligadas às mulheres, sua aparente incapacidade de comunicação, sua propensão inconveniente a vazar através de vários orifícios, e seu aparente baixo grau de racionalidade. A investigação de como os bebês são concebidos fora do mundo ocidental industrializado pode nos levar a percebê-los de uma forma bastante diferente da entendida no Ocidente (inclusive por antropólogos). O confronto entre esses dados comparativos sugere a importância de se considerar os bebês sujeitos relevantes e benéficos para os objetivos da Antropologia.
Referência(s)