Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Fatores de risco para doenças sexualmente transmissíveis entre prostitutas e travestis de Ribeirão Preto (SP), Brasil

2004; Pan American Health Organization; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s1020-49892004000800004

ISSN

1680-5348

Autores

Afonso Dinis Costa Passos, José Fernando de Castro Figueiredo,

Tópico(s)

HIV/AIDS Research and Interventions

Resumo

OBJETIVO: Caracterizar a população de profissionais do sexo em atividade em Ribeirão Preto, Brasil, segundo variáveis demográficas e socioeconômicas, e estudar os fatores de risco para doenças sexualmente transmissíveis nessa população. MÉTODOS: Foram visitados todos os locais de prática de prostituição identificados na cidade. Os participantes responderam um questionário que levantava informações sócio-demográficas e fatores de risco para doenças sexualmente transmissíveis. Foi responsável pelas entrevistas uma assistente social que há mais de 5 anos desenvolvia atividades educativas junto aos profissionais do sexo de Ribeirão Preto. RESULTADOS: As 449 prostitutas, 53 travestis e 13 michês estudados representam uma população jovem, de baixa escolaridade, reduzido nível socioeconômico e grande mobilidade espacial. Em relação às prostitutas, os travestis apresentaram risco significativamente mais elevado para doenças sexualmente transmissíveis, o qual se traduz por diferenças em termos do tempo de trabalho, número médio de parceiros por dia, antecedente de doenças sexualmente transmissíveis ulcerativas, prática de sexo anal, uso de drogas ilícitas não-injetáveis, especialmente o crack, e antecedente de prisão. A exposição a bebidas alcoólicas foi o único fator de risco mais freqüente entre as prostitutas. O uso de preservativo com parceiros fixos foi menos comum do que nas relações sexuais comerciais, tanto em prostitutas como em travestis. CONCLUSÕES: Os profissionais do sexo de Ribeirão Preto, especialmente os travestis, representam uma população socialmente marginalizada e de alto risco para doenças sexualmente transmissíveis. É necessário que os serviços de saúde pública dediquem mais atenção aos profissionais do sexo, tanto em termos de programas preventivos como de realização de novas investigações que permitam um melhor conhecimento acerca dos fatores de risco específicos desse grupo para as doenças sexualmente transmissíveis.

Referência(s)