O debate que não houve: a reserva de vagas para negros nas universidades brasileiras
2002; Volume: 1; Issue: 1 Linguagem: Português
ISSN
2539-1445
Autores Tópico(s)Race, Identity, and Education in Brazil
ResumoO governo do Estado do Rio de Janeiro depois de votada por aclamacao na Assembleia Legislativa adotou em 2001 uma politica de cotas para “negros e pardos” nas suas instituicoes de ensino superior. Na trilha da preparacao da III Conferencia Mundial das Nacoes Unidas de Combate ao Racismo, Discriminacao Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata que teve lugar em Durban, na Africa do Sul, em 2001, esta politica e aquelas decretadas pelo governo federal nao foram objeto de um amplo debate publico. Este debate comeca agora fracamente depois dos fatos consumados. Os autores analisam os caminhos dessa mudanca de rumo radical do paradigma racial brasileiro atraves da descricao de cartas de leitores ao jornal O Globo. Estes leitores, os nosso “nativos”, sao ponto de partida para avaliar as dificuldades e as consequencias que uma tal politica de Estado impoe a populacao brasileira, especialmente aqueles que, longe do poder das elites, serao obrigados a se definir “racialmente” para serem tratados desigualmente na luta por vagas no servico publico e na universidade. In 2001, a law obliging the institutions of higher learning of the State of Rio de Janeiro to reserve 40% of all places for “blacks and browns” was passed by acclamation and without debate. Along the path of the preparations for the III United Nations World Conference against Racism, which was held in Durban in 2001, this policy and other similar ones decreed by the federal government came into being without ample public debate. Ex post facto this debate is now only beginning. The authors analyze the sequence of this radical change in Brazil's racial paradigm through a description of readers' letters published in the newspaper O Globo. These readers, our “natives” lead us to evaluate the difficulties and the consequences that this government policy imposes on the Brazilian population, especially those poorer citizens, who, far from the power elites, will now be obliged to define themselves “racially” in order to be treated unequally in the battle for places in the civil service and public universities. Keywords: race, color, quotas, public policies, affirmative action
Referência(s)