Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Prevalência de marcadores do vírus da hepatite B em crianças de 3 a 9 anos em um município da Amazônia brasileira

2004; Pan American Health Organization; Volume: 15; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s1020-49892004000100005

ISSN

1680-5348

Autores

Sandra Breder Assis, Joaquim Gonçalves Valente, Cor Jésus Fernandes Fontes, Ana Gaspar, Francisco José Dutra Souto,

Tópico(s)

Statistical Methods in Epidemiology

Resumo

OBJETIVO: Estimar a prevalência da infecção pelo vírus da hepatite B e identificar as possíveis vias de infecção em crianças de 3 a 9 anos em um município da Amazônia brasileira. MÉTODOS: Foi realizado um estudo transversal com 487 crianças matriculadas em creches e escolas públicas. Foram obtidos dados acerca de migração, história médica, exposição a fatores de risco clássicos para infecção, aspectos socioeconômicos e hábito de compartilhar a cama ou objetos de uso pessoal. Também foi investigada a presença no domicílio de morador com doença sexualmente transmissível, usuário de drogas injetáveis, dependente de bebida alcoólica, homens que faziam sexo com outro homem e pessoa com múltiplos parceiros sexuais, além de história de icterícia ou hepatite e de transfusão de hemoderivados. Foram obtidas amostras de sangue das crianças para pesquisa de marcadores virais. RESULTADOS: A prevalência de marcadores do vírus da hepatite B foi de 11,1% (54 crianças). Seis crianças (1,2%) eram portadoras do HBsAg. Não houve associação entre marcadores virais e condições econômicas, escolaridade dos pais, condições higiênico-sanitárias, número de cômodos do domicílio, história prévia de icterícia ou hepatite, tratamento dentário, acidente com seringas e agulhas, reutilização de agulhas, transfusão de hemoderivados e hábito de compartilhar a cama ou objetos pessoais. Porém, as crianças que tiveram contato com usuário pesado de bebida alcoólica tenderam à maior prevalência de marcadores virais (P= 0,06). Dentre as crianças estudadas, 53 (10,9%) haviam sido vacinadas contra a hepatite B, mas nenhuma havia completado o esquema vacinal de três doses. Na regressão logística, as variáveis "história de icterícia materna durante a gravidez," "mais de oito moradores no domicílio" e "profissão da mãe" mostraram associação com maior prevalência de marcadores virais. CONCLUSÃO: A população de Peixoto de Azevedo provavelmente apresenta endemicidade moderada de hepatite B, tendo a transmissão horizontal como a principal forma de infecção. Fatores ligados à promiscuidade domiciliar possivelmente são determinantes da infecção na primeira década da vida. O baixo índice de cobertura vacinal possibilita a livre circulação viral.

Referência(s)