Algumas considerações sobre a interface entre a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) e a Língua Portuguesa na construção inicial da escrita pela criança surda
2006; Centro de Estudos Educação e Sociedade, CEDES; Volume: 26; Issue: 69 Linguagem: Português
10.1590/s0101-32622006000200006
ISSN1678-7110
Autores Tópico(s)Linguistics and Language Studies
ResumoO artigo propõe uma reflexão psicolingüística sobre as construções conceituais de crianças surdas no que diz respeito à escrita. O trabalho revela, a partir de um diálogo com as idéias de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, que a psicogênese da escrita vivenciada por crianças surdas, que têm a língua de sinais como primeira língua e língua de instrução, se desenrola de forma diferente ao que é vivido por crianças ouvintes em processo inicial de construção da escrita. As principais especificidades dessa aquisição relacionam-se: a não-fonetização da escrita, a uma intensa exploração dos aspectos viso-espaciais da escrita e ao uso dos parâmetros fonológicos da língua de sinais como elemento regulador e organizador da escrita. Tais peculiaridades exigem, portanto, que a escola e o professor alfabetizador revejam suas concepções sobre o processo de escrita no surdo, pensando em (novas) práticas pedagógicas que considerem a realidade bilíngüe e sua relação não-sonora com a escrita.
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