
Migração e hanseníase em Mato Grosso
2011; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 14; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s1415-790x2011000300004
ISSN1980-5497
AutoresMaria da Conceição Cavalcanti Magalhães, Emerson Soares dos Santos, Maria de Lourdes de Queiroz, Messias Lucas de Lima, Rita Christina Martins Borges, Maria Silva Souza, Alberto Novaes Ramos,
Tópico(s)Leprosy Research and Treatment
ResumoTrabalhos de geografia médica sobre hanseníase discutem o papel da ocupação dos territórios como fundamento da permanência de focos leprógenos. No Brasil, os Estados que apresentam as mais altas taxas de detecção, historicamente, se localizam na região amazônica, o que evidencia uma desigual evolução regional da doença. Este trabalho analisa a evolução da hanseníase contextualizando os processos migratórios que ocorreram no Estado de Mato Grosso a partir da segunda metade do século XX. O crescimento econômico ocorrido no Estado nas décadas de 1970, 1980 e 1990 provocou taxas de crescimento populacional maiores que a média nacional. Os dados analisados permitem uma associação entre o crescimento e dispersão dos coeficientes de detecção da hanseníase com o processo de ocupação do território mato-grossense. Entretanto, a permanência da hanseníase em municípios da Baixada Cuiabana, assim como em outros municípios que sofreram perda de população, parece apontar a existência de contextos geográficos de diferentes vulnerabilidades à produção social da doença. A migração explicaria a instalação e evolução da hanseníase, entretanto consideramos que a manutenção da endemia pode estar associada a fatores contextuais relacionados com o ambiente.
Referência(s)