Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Tratamento da insuficiência cardíaca terminal através da correção da insuficiência mitral secundária e remodelação ventricular

2001; Brazilian Society of Cardiovascular Surgery; Volume: 16; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0102-76382001000300004

ISSN

1678-9741

Autores

Ênio Buffolo, Ivan Machado de PAULA, João Nelson Rodrigues Branco, Antônio Carlos C. CARVALHO, Cyrillo MANTOVANI, Guido Marco Caputi, Luciano F. Aguiar,

Tópico(s)

Cardiac pacing and defibrillation studies

Resumo

INTRODUÇÃO: A sobrevida de pacientes com miocardiopatia e insuficiência mitral secundária em classe funcional IV é muito pequena em curtos períodos de observação, apesar dos progressos consideráveis obtidos com o tratamento médico. Tem sido demonstrado que o aparecimento de insuficiência mitral secundária piora o prognóstico e a qualidade de vida e que a correção da insuficiência mitral permite melhor controle do paciente. OBJETIVO: O presente trabalho propõe o implante de uma prótese em posição mitral que elimina a insuficiência mitral e remodela a base do ventrículo esquerdo e o seu eixo longitudinal. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Analisamos 33 pacientes com insuficiência cardíaca refratária sob terapêutica máxima operados entre dezembro/95 e setembro/99. O grupo etário variou de 25 a 78 anos (mediana 58) sendo 57,7% do sexo masculino. O período de observação variou de 4 meses a 4 anos (mediana 22 meses). Quanto à etiologia, em 15 pacientes era isquêmica, em 13 dilatada, em 3 chagásica, em 1 pós-parto e em 1 viral. RESULTADOS: Ocorreram 3 óbitos na fase hospitalar (3/33) e 2 na tardia (2/30), estando 28 pacientes em observação. Neste intervalo de seguimento, 88% dos pacientes melhoraram 1 ou 2 classes funcionais, a fração de ejeção subiu de 20 a 36%, apesar da eliminação da fração regurgitante, o volume efetivo melhorou consideravelmente (58 para 80 ml) entre a aferição pré-operatória e a última evolução. CONCLUSÃO: A insuficiência cardíaca refratária com insuficiência secundária moderada a severa pode sofrer efetiva paliação com a eliminação de regurgitação e remodelação do ventrículo esquerdo, implantando-se prótese valvar no anel atrioventricular esquerdo.

Referência(s)