Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A evolução histórica dos conceitos de transtorno de humor e transtorno de personalidade: problemas no diagnóstico diferencial

2010; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; Volume: 37; Issue: 4 Linguagem: Português

10.1590/s0101-60832010000400004

ISSN

1806-938X

Autores

Rodolfo Nunes Campos, João Alberto de Oliveira Campos, Marsal Sanches,

Tópico(s)

Linguistics and Education Research

Resumo

CONTEXTO: Os conceitos de transtornos de humor e de personalidade sofreram diversas mudanças nas últimas décadas. Historicamente, esses conceitos foram construídos em paralelo, isto é, transtornos de humor e personalidade são considerados como transtornos independentes em relação ao diagnóstico, ao prognóstico e ao tratamento. Recentemente, entretanto, novas propostas na conceituação nosológica desses transtornos levantaram a questão de uma possível sobreposição dessas entidades, tornando o diagnóstico diferencial entre esses transtornos muitas vezes difícil. OBJETIVOS: Realizar uma revisão de literatura sobre a evolução dos conceitos de transtorno de humor e personalidade sob uma perspectiva histórica, focando em publicações relacionadas ao diagnóstico. MÉTODO: Revisão compreensiva da literatura utilizando o banco de dados MEDLINE (1990-2007). RESULTADOS: Ao contrário do conceito de transtorno de humor, que se apresenta estável e relativamente sem modificações desde suas primeiras descrições, o conceito de transtorno de personalidade mostra considerável variação ao longo dos diferentes achados de literatura. Assim, ambos os grupos de transtornos têm sido conceituados tanto categorial como dimensionalmente. Esta última abordagem pode ser, em parte, responsável pelas dificuldades algumas vezes encontradas no diagnóstico diferencial desses transtornos. CONCLUSÃO: O diagnóstico diferencial entre transtornos de humor e personalidade ainda representa um sério problema na prática clínica e não pode ser completamente esclarecido com base nas evidências disponíveis. O melhor entendimento da base fisiopatológica desses transtornos, bem como a identificação mais precisa de seus marcadores biológicos, pode ajudar a redefinir seus conceitos e seus status nosológicos atuais.

Referência(s)