
O amor (e a mulher): uma conversa (im)possível entre Clarice Lispector e Sartre
2007; UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA; Volume: 15; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0104-026x2007000300002
ISSN1806-9584
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoCom o presente trabalho visamos fazer uma análise do conto "O amor", de Clarice Lispector, a partir das seguintes categorias apontadas por Sartre em O ser e o nada: olhar-ser olhado, instrumentalidade (funcionalidade) e amor. Partimos da experiência elaborada por Clarice em seu texto, na qual Ana, dona de casa atarefada e 'empenhada' em servir aos familiares ("pura funcionalidade"), se depara, numa de suas idas e vindas à cidade, com um cego mascando chicletes. Ora, um cego é um olho que não olha, é um olho sem função. É essa vivência que abre a Ana a dimensão do amor, num sentido muito específico (que aponta para as relações de gênero), e do qual a descrição fenomenológica de Sartre parece não dar conta.
Referência(s)