
Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade
2000; Associação Brasileira de Psiquiatria; Volume: 22; Issue: suppl 2 Linguagem: Português
10.1590/s1516-44462000000600003
ISSN1809-452X
AutoresLuís Augusto Rohde, Genário Alves Barbosa, Silzá Tramontina, Guilherme V. Polanczyk,
Tópico(s)Children's Physical and Motor Development
ResumoIntroducao As primeiras referencias aos transtornos hipercineticos na literatura medica apareceram no meio do seculo XIX. Entretanto, sua nomenclatura vem sofrendo alteracoes continuas. Na decada de 40, surgiu a designacao “lesao cerebral minima”, que, ja em 1962, foi modificada para “disfuncao cerebral minima”, reconhecendo-se que as alteracoes caracteristicas da sindrome relacionam-se mais a disfuncoes em vias nervosas do que propriamente a lesoes nas mesmas. Os sistemas classificatorios modernos utilizados em psiquiatria, CID-10 e DSM-IV, apresentam mais similaridades do que diferencas nas diretrizes diagnosticas para o transtorno, embora utilizem nomenclaturas diferentes (transtorno de deficit de atencao/hiperatividade no DSMIV e transtornos hipercineticos na CID-10). Os estudos nacionais e internacionais situam a prevalencia do transtorno de deficit de atencao/hiperatividade (TDAH) entre 3% e 6%, sendo realizados com criancas em idade escolar na sua maioria. O impacto desse transtorno na sociedade e enorme, considerando-se seu alto custo financeiro, o estresse nas familias, o prejuizo nas atividades academicas e vocacionais, bem como efeitos negativos na auto-estima das criancas e adolescentes. Estudos tem demonstrado que criancas com essa sindrome apresentam um risco aumentado de desenvolverem outras doencas psiquiatricas na infância, adolescencia e idade adulta. A presente atualizacao busca uma revisao critica dos elementos essenciais referentes ao diagnostico e as abordagens terapeuticas do TDAH. Uma revisao mais completa (porem menos atualizada) incluindo dados epidemiologicos, etiologicos, relacionados ao substrato neurobiologico e de evolucao do transtorno podem ser encontrados em Rohde et al. (1998). No presente artigo, o termo crianca sera utilizado englobando a faixa etaria da infância e adolescencia, a menos que seja indicado o contrario.
Referência(s)