BECKER, Jean-Jacques. O Tratado de Versalhes. São Paulo: Editora Unesp, 2011, 224p.
2012; UNESP; Volume: 8; Issue: 2 Linguagem: Português
ISSN
1808-1967
Autores Tópico(s)Urban Development and Societal Issues
ResumoNao e de hoje que temas como a Primeira Grande Guerra, o nazismo e a Segunda Guerra Mundial ocupam lugares de proeminencia intelectual. Basta correr os olhos sobre as prateleiras de bibliotecas e livrarias – fisicas e virtuais –, observar as discussoes academicas e as memorias coletivas em escala planetaria para perceber o quanto ja se disse sobre eles. O Tratado de Versalhes, de Jean-Jacques Becker, todavia, se singulariza neste entremeio por conseguir transpor, com exito, as barreiras dos vastos conhecimentos ja consolidados a respeito do periodo e nos apresentar, de maneira atraente, um novo olhar sobre este tratado que, ate entao, goza de ma reputacao. Com efeito, se exumar os trabalhos da Conferencia de Paz, instaurada logo apos o armisticio de 1918, refletindo sobre a dificil intermediacao entre vitoriosos e derrotados, fosse o unico proposito do livro, a obra por si so, ja teria cumprido sua funcao no conjunto de reflexoes atinentes a Primeira Guerra Mundial e suas consequencias. Haveria demonstrado, a despeito das analises de repulsa, o quao ingreme era a tarefa de amainar os espiritos depois de um desastre mundial sem precedentes e, ainda, reconstruir a paz em semelhante ambiente, denodadamente marcado pelas asperezas e multiplicidades de interesses que galgavam posicoes em pontos capitais dos dialogos travados entre os Aliados franceses, ingleses, norte-americanos e italianos, que tomaram a frente dos entabulares pacifistas. Entrementes, Jean-Jacques Becker ultrapassa este proposito, fazendo do Tratado de Versalhes o cerne de uma problematica mais ampla, para a qual confluem fatores cruciais do periodo pos-guerra. Nele se entrelacam desde os aspectos respeitantes a definicao da legitimidade das “reparacoes” a serem infringidas aos “culpados” pela beligerância ate as questoes essenciais do futuro imediato como a reconstrucao europeia, a divisao territorial dos imperios nao mais sustentaveis depois do conflito, o destino delicado das minorias dai resultantes, o emergente bolchevismo russo e a necessidade de se criar um organismo internacional passivel de fixar as delimitacoes firmadas no Tratado e garantir as boas relacoes diplomaticas entre os Estados e as nacoes. E precisamente neste ponto que se percebe certo anseio de reavaliar o significado historico dos acordos de 1919 e 1920 e que, por conseguinte, se desvela a relevância deste livro. A aparente inocuidade que se verificou nos anos seguintes as deliberacoes assinadas
Referência(s)