Artigo Acesso aberto

Revascularização total do miocárdio sem circulação extracorpórea: cinco anos de experiência

2005; Brazilian Society of Cardiovascular Surgery; Volume: 20; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0102-76382005000100012

ISSN

1678-9741

Autores

Rodrigo Milani, Paulo Brofman, Alexandre Varela, José Augusto Moutinho, Maximiliano Guimarães, Rafael Pantarolli, Laura Monte Serrat Barbosa, Alexandre Barbosa, Glauco Kalil da Silva Pina, Francisco Maia,

Tópico(s)

Cardiac Structural Anomalies and Repair

Resumo

OBJETIVO: Avaliar os resultados imediatos da operação para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea, analisando-se complicações e mortalidade. MÉTODO: Foram submetidos à operação para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea 1440 pacientes. A técnica operatória consistiu em oclusão proximal da artéria abordada, aplicação do ponto de LIMA na deflexão pericárdica posterior e estabilização da artéria alvo com estabilizador de sucção. As anastomoses distais foram feitas inicialmente. RESULTADOS: Entre os pacientes avaliados, 924 eram ao sexo masculino, com idade média de 63,12±8,76 anos. A fração de ejeção era normal em 749 pacientes. Setecentos e quarenta (51,4%) pacientes tinham antecedente de infarto do miocárdio. Seiscentos e oitenta e sete (47,6%) pacientes encontravam-se em classe funcional III ou IV. O EuroSCORE médio foi de 4,93±3,32. A média de anastomoses distais foi de 3,12±1,23 por paciente. Mil cento e setenta e três (81,5%) pacientes permaneceram menos de 12 horas em ventilação mecânica, sendo que destes, 888 (61,7%) permaneceram menos de 6 horas entubados. A permanência em UTI foi de uma noite em 330 (22,8%) pacientes e de duas noites em 930 (64,6%). Cento e oitenta e dois (12,4%) pacientes permaneceram três ou mais noites na UTI. Quanto às complicações, três (0,2%) pacientes apresentaram insuficiência renal, seis (0,4%) tiveram acidente vascular cerebral, 19 (1,3%) foram reoperados por sangramento, 19 (1,3%) tiveram mediastinite, 18 (1,25%) infarto agudo do miocárdio e 212 (14,7%) apresentaram fibrilação atrial. Houve 50 (3,5%) óbitos, sendo 29 (2,5%) entre 1148 pacientes operados eletivamente, nove (4,7%) entre 190 pacientes submetidos a reoperação coronariana e 12 (11,7%) entre 102 pacientes operados em caráter de emergência. CONCLUSÃO: Com A evolução da tecnologia biomédica, todos os vasos do coração passaram a ser abordados. Estes dados sugerem que a operação para revascularização do miocárdio é segura e eficaz, podendo ser aplicada em todos os pacientes que necessitem de cirurgia coronariana com baixos índices de complicações e mortalidade.

Referência(s)