Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Autonomia: viver a própria vida e morrer a própria morte

2006; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 22; Issue: 8 Linguagem: Português

10.1590/s0102-311x2006000800024

ISSN

1678-4464

Autores

Diaulas Costa Ribeiro,

Tópico(s)

Patient Dignity and Privacy

Resumo

Este estudo destaca mudanças ocorridas no Ocidente, inclusive no Brasil, em decorrência da substituição do princípio do paternalismo pelo consentimento livre e esclarecido nas relações biomédicas, com destaque para a integração da autonomia como princípio inerente à dignidade humana. O respeito à autonomia, à autodeterminação pessoal é a base para a suspensão de esforço terapêutico dos usuários dos serviços de saúde com capacidade preservada. Por suspensão de esforço terapêutico compreende-se não iniciar ou suspender terapia iniciada, não ressuscitar nos casos de parada cardiorrespiratória, não submeter o doente à ventilação mecânica, alimentação e hidratação artificiais contra a sua vontade, que pode ser instante ou manifestada em diretivas antecipadas. Os médicos e demais profissionais de saúde têm o dever de respeitar a autonomia do usuário, inclusive para lhe dar alta "a pedido", deixando que a morte ocorra no local, no tempo e em companhia de quem o doente quiser. O usuário dos serviços de saúde tem o direito de estar só e de morrer só, de estar acompanhado e de morrer entre os seus.

Referência(s)