
Cirurgia filtrante não penetrante: conceito, técnicas e resultados
2006; Conselho Brasileiro de Oftalmologia; Volume: 69; Issue: 4 Linguagem: Português
10.1590/s0004-27492006000400029
ISSN1678-2925
AutoresRicardo Augusto Paletta Guedes, Vanessa Maria Paletta Guedes,
Tópico(s)Laser Applications in Dentistry and Medicine
ResumoA cirurgia filtrante não penetrante tem sido alvo de muita discussão nos últimos anos. As duas técnicas mais praticadas são a viscocanalostomia e a esclerectomia profunda não penetrante com trabeculectomia externa. Elas têm por objetivo abaixar a pressão intra-ocular, diminuindo a resistência ao escoamento do humor aquoso. Os pontos em comum destas duas técnicas são: a retirada de um retalho escleral profundo, pré-ciliar e pré-coroidiano; abertura e retirada da parede externa do canal de Schlemm; além da retirada do estroma corneano, situado à frente do trabeculado anterior e da membrana de Descemet. Ambas as técnicas levam à formação de um espaço denominado câmara de descompressão. O humor aquoso deixa a câmara anterior, atravessando a fina membrana trabecular residual e permanece na câmara de descompressão até ser absorvido por diferentes maneiras. Na viscocanalostomia, há a injeção de um produto viscoelástico nas duas extremidades abertas do canal de Schlemm, a fim de abrir a luz do canal e seus eferentes, para que o humor aquoso drene mais facilmente. Já na esclerectomia profunda com trabeculectomia externa, o ponto essencial é a retirada da membrana trabecular externa (trabeculado juxtacanalicular e parede interna do canal de Schlemm). Os estudos retrospectivos e prospectivos de ambas as técnicas, que as comparam à trabeculectomia, relatam taxas de sucesso similares, com menor incidência de complicações pós-operatórias e recuperação visual mais rápida com a cirurgia não penetrante. O objetivo deste artigo é expor e descrever as diferentes técnicas, seus mecanismos de ação, seus resultados através da análise da literatura.
Referência(s)