Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Prevalência de complicações micro e macrovasculares e de seus fatores de risco em pacientes com diabetes melito do tipo 2 em atendimento ambulatorial

2004; Brazilian Medical Association; Volume: 50; Issue: 3 Linguagem: Português

10.1590/s0104-42302004000300031

ISSN

1806-9282

Autores

Rafael Selbach Scheffel, Desirê Bortolanza, Cristiane Seganfredo Weber, Luciana A. Costa, Luís Henrique Santos Canani, Kátia Gonçalves dos Santos, Daisy Crispim, Israel Roisenberg, Hugo Roberto Kurtz Lisbôa, Glaucia S. Tres, Balduíno Tschiedel, Jorge Luiz Gross,

Tópico(s)

Advanced Glycation End Products research

Resumo

OBJETIVOS: O diabetes melito (DM) do tipo 2 está associado ao desenvolvimento de complicações macroangiopáticas [cardiopatia isquêmica (CI), doença vascular periférica (DVP) e acidente vascular cerebral (AVC)] e microangiopáticas [retinopatia diabética (RD), nefropatia diabética (ND) e neuropatia sensitiva distal (NSD)]. Os objetivos deste estudo foram avaliar a prevalência das complicações crônicas em pacientes com DM do tipo 2 e aferir os seus possíveis fatores de risco. MÉTODOS: Estudo transversal, incluindo 927 pacientes com DM do tipo 2 atendidos ambulatorialmente em três centros médicos do Rio Grande do Sul: Hospital de Clínicas de Porto Alegre (n = 475), Grupo Hospitalar Conceição (n = 229) e Hospital São Vicente de Paula (n = 223). Dentre os pacientes, 42% eram homens, a média de idade era de 59 ± 10 anos e a mediana da duração do DM do tipo 2 era 11 (5 - 43) anos. A RD foi definida por fundoscopia direta; a CI através do questionário da OMS e/ou alterações eletrocardiográficas e/ou anormalidades perfusionais na cintilografia miocárdica; a NSD por sintomas compatíveis e ausência de sensação ao monofilamento de 10g e/ou ao diapasão; a DVP pela claudicação e ausência de pulsos pediosos; o AVC por seqüelas ou história compatível e a ND pela excreção urinária de albumina (>20 µg/min). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) foi definida pelos níveis pressóricos (>140/90 mmHg) e/ou uso de drogas anti-hipertensivas. Foram calculados o índice de massa corporal (IMC, kg/m²) e a razão cintura-quadril (RCQ). RESULTADOS: A CI estava presente em 36% e a DVP em 33% dos pacientes. Dentre as complicações microvasculares, 37% tinham doença renal (12% macroalbuminúricos) e 48% RD (15% retinopatia proliferativa). A NSD foi encontrada em 36% dos pacientes. HAS estava presente em 73% dos pacientes. O colesterol estava acima de 200 mg/dl em 64%, enquanto o IMC > 30 kg/m² em 36%. Vinte e dois por cento dos pacientes eram fumantes atuais e 21% ex-tabagistas. CONCLUSÃO: As complicações crônicas do DM do tipo 2 têm uma alta prevalência nos pacientes ambulatoriais de hospitais gerais. Praticamente todos os pacientes apresentavam pelo menos um fator de risco para doença cardiovascular, o que justifica o seu rastreamento e controle.

Referência(s)