Artigo Acesso aberto Revisado por pares

Camilo e as coisas espantosas

2013; UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ; Volume: 87; Issue: 1 Linguagem: Português

10.5380/rel.v87i1.31334

ISSN

2236-0999

Autores

Patrícia da Silva Cardoso,

Tópico(s)

Cultural, Media, and Literary Studies

Resumo

O crime, a infâmia, o insólito – de origem sobrenatural ou não – são os elementos de base na constituição do modelo literário gótico, do qual Camilo Castelo Branco não andou longe. A esse propósito, Jacinto do Prado Coelho observa que, se depois do Livro Negro o romancista tendeu a dedicar-se à observação da realidade portuguesa, “simplificou os enredos, (…) até ao fim da sua carreira (…) há-de ceder, de vez em quando, (…) à narração de aventuras terrificantes, roubos, assassínios, perseguições e encontros surpreendentes (…).” Trata-se, nesta observação, de distinguir uma prática literária que correspondesse a uma “concepção mais elevada da sua ‘arte’” daquela voltada para a satisfação do público em seu gosto pelo folhetinesco. Neste artigo interessará discutir em que medida a incorporação daqueles elementos góticos pelo romancista ultrapassa tal compromisso com o folhetinesco – associado à fruição descompromissada – para ser um importante instrumento na reflexão acerca do lugar do literário na sociedade moderna, a que Camilo se dedicou ao longo de sua carreira.

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