
Re-significando a dor e superando a solidão: experiências do parto entre adolescentes de classes populares atendidas em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, Brasil
2006; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 22; Issue: 7 Linguagem: Português
10.1590/s0102-311x2006000700012
ISSN1678-4464
AutoresCecília McCallum, Ana Paula dos Reis,
Tópico(s)Maternal and Perinatal Health Interventions
ResumoEste artigo examina o parto em uma maternidade pública de Salvador, Bahia, Brasil, com base na perspectiva de mulheres jovens e adolescentes, a maioria das quais negras e de classes populares. O estudo, de caráter antropológico, baseia-se na análise de entrevistas e na etnografia do hospital, particularmente do centro obstétrico. As mulheres descrevem o trabalho de parto como dominado pelo medo, solidão e dor, sensações que se transformam em amor com o nascimento da criança. Enfocando o parto como um processo biossocial, o trabalho mostra como as jovens produzem significados durante o processo de parturição, enquanto se encontram envolvidas nas interações sociais próprias ao parto hospitalar, particularmente com os profissionais de saúde. Do ponto de vista simbólico, as parturientes experienciam o parto como um rito de passagem que legitima a maternidade, em um contexto social e institucional que, ao contrário, deslegitima a reprodução sexual de mulheres negras, jovens e de baixa renda e estigmatiza a maternidade na adolescência.
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