Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

O uso de cloro na desinfecção de águas, a formação de trihalometanos e os riscos potenciais à saúde pública

1994; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 10; Issue: 1 Linguagem: Português

10.1590/s0102-311x1994000100011

ISSN

1678-4464

Autores

Sheila T. Meyer,

Tópico(s)

Water Quality and Pollution Assessment

Resumo

Antes do desenvolvimento da teoria dos microorganismos como causadores de doenças (1880), acreditava-se que estas eram transmitidas através de odores. A desinfecção, tanto da água de abastecimento como dos esgotos, surgiu como uma tentativa da eliminação desses odores. Existem muitos agentes desinfetantes, mas, em geral, o cloro é o principal produto utilizado na desinfecção de águas de abastecimento. A presença de compostos orgânicos em águas que sofrem o processo de cloração resulta na formação dos trihalometanos, compostos formados por um átomo de carbono, um de hidrogênio e três de halogênio (cloro, bromo, iôdo). Os trihalometanos são considerados compostos carcinogênicos e sua presença na água deve ser evitada. Levantamentos epidemiológicos relacionando a concentração dos trihalometanos com a morbidade e a mortalidade por câncer evidenciaram associações positivas em alguns casos de carcinomas. Entretanto, a substituição do cloro por outro desinfetante no tratamento da água pode trazer mais riscos do que benefícios, considerando-se que a diminuição da incidência de doenças transmissíveis pela água somente foi alcançada com a difusão do emprego da técnica de cloração.

Referência(s)