Educação e comunicação: caminhos que se cruzam, entre si e com as tecnologias

2012; UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO; Volume: 13; Issue: 30 Linguagem: Português

ISSN

1982-0305

Autores

Nelson De Luca Pretto,

Tópico(s)

Education and Digital Technologies

Resumo

Em 2029, o grupo de trabalho Educacao e Comunicacao (GT 16) da Associacao Nacional de Pesquisa e Pos-Graduacao em Educacao (ANPEd) estara perto do seus 40 anos de idade. Nesse ano, segundo o pesquisador Ray Kurzweil, especialista em Inteligencia Artificial e criador das empresas Kurzweil Technologies1, os computadores estarao muito proximos do comportamento dos seres humanos, com um “supercerebro”, com o “nivel humano de inteligencia”. Para ele, “quando os computadores aprendem a fazer alguma coisa, conseguem faze-la muito bem, na verdade melhor que os humanos.” (Nogueira, 2012). Muitos de nos estara sendo testemunha ocular deste fato. Ou nao! Pensar esse futuro, demanda olhar o presente e, mais do que tudo, o passado. Sao velozes e estrondosas as transformacoes que vivenciamos ao longo dos ultimos anos. Hoje, uma unica geracao e capaz de ver nascer e morrer uma tecnologia, e a televisao, nascida no meio do seculo passado, e um dos melhores e mais contundentes exemplos. Nao se faz e nem mesmo se ve televisao da mesma forma que viamos – sim, estamos falando de nos mesmos! - quando da nossa juventude. Bill Evans, engenheiro da empresa Cisco, realizou um exercicio de futurologia2 baseado em diversas fontes e nele destacou que o que conhecemos hoje e apenas 5% do que conheceremos em 2030, quando um disco rigido comprado por U$100 armazenara 11 petabytes, equivalente a mais de 600 anos de video em qualidade dvd tocando 24 horas por dia; ate 2015 se tera criado uma quantidade de informacao equivalente a 92,5 milhoes de bibliotecas do Congresso Americano e, na metade de 2020, ja estara disponivel o primeiro computador quântico. (EVANS, 2009)3. O desenvolvimento cientifico e tecnologico e estrondoso e traz reflexos fundamentais para todos os sistemas sociais, a exemplo dos sistemas de comunicacao e, particularmente, de educacao. A circulacao de informacoes se da de forma quase alucinada, da mesma maneira que a propria informacao transforma-se em pequenas particulas, efemeras, que circulam em pedacos velozmente. A memoria deixa o corpo e passa a ocupar os objetos. Os objetos passam a ser introduzidos nos corpos, tornando corpos e maquinas, cada vez mais, indistinguiveis (COUTO, 2000; COUTO e GOELLNER, 2012). Instaura-se a cibercultura com as inumeras possibilidades de navegacao no “novo” ciberespaco, no qual, como afirma Lucia Santaella, nao ha separacao entre mente e corpo, (…). Ao contrario, embora o corpo pareca imovel, enquanto a mente viaja, os sentidos internos do corpo estao em tal nivel de atividade, que o corpo, que da suporte as inferencias mentais de quem navega, e um corpo sensorialmente febril, internamente agitado. (2007, p. 14).

Referência(s)