
Trabalho e sofrimento psíquico de caixas de agências bancárias na cidade do Rio de Janeiro
2002; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 18; Issue: 3 Linguagem: Português
10.1590/s0102-311x2002000300028
ISSN1678-4464
AutoresMarisa Palácios, Francisco Duarte, Volney de Magalhães Câmara,
Tópico(s)Psychology and Mental Health
ResumoEste trabalho discute algumas relações entre sofrimento psíquico e trabalho de caixa, em agências bancárias no Rio de Janeiro. Diferentes modelos teóricos são apresentados: Estresse, Psicodinâmica do Trabalho e Psicopatologia do Trabalho. Neste estudo de caso, buscou-se compreender a participação do trabalho na produção do sofrimento psíquico dos caixas de uma grande empresa do setor bancário. A análise do processo de trabalho, com suas variabilidades e dificuldades, revelou que a "diferença de caixa" e as agressões dos clientes representam situações de sofrimento. Essas são situações favorecidas pela organização do trabalho, que obriga os caixas a evitarem as regras de segurança e imputa-lhes a culpa da diferença. Adicionalmente, ela não oferece suporte aos caixas para responder apropriadamente às demandas dos clientes. O contexto de baixos salários e grandes transformações favorece o isolamento dos trabalhadores, gera insegurança com relação ao futuro e é entendida como falta de reconhecimento. Com uma aproximação do trabalho real, é possível entender as situações de trabalho, como elas podem engendrar sofrimento e quais os seus determinantes.
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