Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

Processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil: da preferência inicial das mulheres à via de parto final

2014; Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Volume: 30; Issue: suppl 1 Linguagem: Português

10.1590/0102-311x00105113

ISSN

1678-4464

Autores

Rosa Maria Soares Madeira Domingues, Marcos Augusto Bastos Dias, Marcos Nakamura‐Pereira, Jacqueline Alves Torres, Eleonora d’Orsi, Ana Paula Esteves Pereira, Arthur Orlando Corrêa Schilithz, María do Carmo Leal,

Tópico(s)

Maternal and Neonatal Healthcare

Resumo

O objetivo deste artigo é descrever os fatores referidos para a preferência pelo tipo de parto no início da gestação e reconstruir o processo de decisão pelo tipo de parto no Brasil. Dados de uma coorte de base hospitalar nacional com 23.940 puérperas, realizada em 2011-2012, foram analisados, segundo fonte de pagamento do parto e paridade, com utilização do teste χ2. A preferência inicial pela cesariana foi de 27,6%, variando de 15,4% (primíparas no setor público) a 73,2% (multíparas com cesariana anterior no setor privado). O principal motivo para a escolha do parto vaginal foi a melhor recuperação desse tipo de parto (68,5%) e para a cesariana o medo da dor do parto (46,6%). Experiência positiva com parto vaginal (28,7%), parto cesáreo (24,5%) e realização de laqueadura tubária (32,3%) foram citadas por multíparas. Mulheres do setor privado apresentaram 87,5% de cesariana, com aumento da decisão pelo parto cesáreo no final da gestação, independentemente do diagnóstico de complicações. Em ambos os setores, a proporção de cesariana foi muito superior ao desejado pelas mulheres.

Referência(s)