A classe social tem importância no estudo dos movimentos sociais? Uma teoria do radicalismo da classe média
2001; National Association of Post-Graduate Research in Social Sciences; Volume: 16; Issue: 46 Linguagem: Português
10.1590/s0102-69092001000200001
ISSN1806-9053
Autores Tópico(s)Labor Movements and Unions
ResumoO artigo trata da questão da relação constitutiva entre classe social e movimento social. Em vez de ver um movimento social como o resultado de uma classe social, argumenta-se que uma classe social é constituída também pelas ações coletivas que chamamos de movimento social. Isso implica que a classe social não pode ser tratada como uma variável independente que reivindica um status objetivo como tal. Essa é considerada uma forma de reificação da noção de classe. Contra ela, argumenta-se que a classe é o produto de uma ação coletiva de pessoas e que pode, portanto, ser analisada em relação a sua composição social, a suas redes sociais organizadoras e a suas estruturações culturais. Esse quadro de referência de análise de classe é então aplicado à classe média, à qual essa abordagem se mostra particularmente adequada. Em vez de repetir velhas afirmações de uma classe média não-homogênea, reduzindo uma classe de pessoas a uma massa de pessoas, mostra-se como essa classe se constitui em ação e mobilização contínuas como uma classe social com limites, redes e orientações culturais claros. Nesse sentido, a classe tem importância, e a análise de classe é ainda uma ferramenta central para entender fenômenos macrossociológicos.
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