Reflexões teológicas sobre o ecumenismo brasileiro
2013; Escola Superior de Teologia; Volume: 31; Issue: 1 Linguagem: Português
10.22351/et.v31i1.984
ISSN2237-6461
Autores Tópico(s)Migration, Racism, and Human Rights
ResumoNum pais em que a cada dia cresce a miseria e se multiplicam as mortes causadas por fome, subnutricao e violencia, a divisao dos cristaos se constitui em escandaloso luxo. Nessa consciencia reside, sem duvida, o principal motivo da extraordinaria dinâmica que caracteriza o ecumenismo brasileiro e latino-americano. A unidade dos cristaos e uma exigencia prati ca, imposta pelas indignas condicoes de vida da maioria do povo e decorren te do compromisso com a luta por justica e libertacao. Evidentemente, ha que se levar em conta ainda outros fatores a exem plo dos impulsos oriundos do Concilio Vaticano II, do Conselho Mundial de Igrejas e do Movimento Evangelical. Nao permitem isolar o ecumenis mo brasileiro do contexto internacional. E verdade que as urgencias motiva doras da unidade podem ser vistas de modo diverso. A prioridade pode re cair ora na transformacao social, ora na renovacao individual. De qualquer forma, nao ha como contestar que o ecumenismo brasileiro toma embalo antes a partir de “baixo” , isto e, de necessidades concretas, do que de “ci ma” , ou seja do raciocinio teologico e de iniciativas deis instituicoes eclesiasticas. A busca da unidade, pois, constitui nao apenas um reclamo popular. E vista como causa a ser abracada e promovida pelo proprio povo cristao. Importa unir as forcas em vez de dissipa-las em inuteis disputas doutrinais herdadas do passado. Por via de regra, o leigo nem entende as sofisticadas questoes teologicas que ate hoje impedem a plena comunhao dos cristaos. Qual a sua relevância diante dos imensos desafios da atualidade? Nao seria imperioso sepultar as desavencas confessionais e partir para o testemunho e a acao conjunta? Existe uma grande verdade neste anseio que, se ignora do pelas igrejas, ha de prejudicar-lhes a credibilidade e a missao, e forcara o ecumenismo a procurar outros espacos. Representa um insistente apelo a revisao da pratica eclesial e a renuncia a pretensoes monopolistas. Mas tambem o “ novo” ecumenismo necessita de avaliacao. Apresenta-se em grande variedade de formas, propostas e concepcoes, de forma al guma unânimes entre si. Suscita uma serie de perguntas que, a bem do pro prio ecumenismo, exigem respostas. Para a IECLB, por exemplo, uma Igre ja ecumenica por excelencia, torna-se cada vez mais dificil acompanhar o processo ecumenico no pais. Isto nao so devido a quantidade de promocoes, de consultas, encontros e seminarios, mas muito mais devido a diversidade de objetivos aqui e la perseguidos: Qual e o ecumenismo com que a IECLB deve e pode comprometer-se? Sem diretrizes claras o ecumenismo parado-
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