Artigo Acesso aberto Produção Nacional Revisado por pares

A dimensão territorial da inovação e sustentabilidade no território de cachaça e dos derivados da cana – Litoral Norte do Rio Grande do Sul

2015; Couffy-sur-Sarsonne; Volume: 25; Linguagem: Português

10.4000/confins.10401

ISSN

1958-9212

Autores

Shana Sabbado Flores,

Tópico(s)

Urban Development and Societal Issues

Resumo

O artigo tem como objetivo analisar o território da “Cachaça e Derivados da Cana”, no município de Santo Antônio da Patrulha (RS), observando fatores que contribuem para processos de inovação e sustentabilidade no território. O município se destaca por um perfil diferenciado em uma das regiões mais pobres do estado, e possui PIB per capta quase duas vezes superior à média do Litoral Norte. A inserção da cana de açúcar no estado se deu no séc XVIII, de forma tardia quando comparada ao resto do país; uma especificidade do RS é a estruturação em minifúndios, voltados para a produção artesanal de derivados da cana para atender ao mercado interno. No séc XIX ocorre o reconhecimento da região como produtora de açúcar, em uma perspectiva industrial. Após sucessivas crises, o território resgata características e tradições locais que dão início, na década de 1980, às fábricas de doces a base de açúcar mascavo e melado e, mais tarde, os alambiques nos anos 1990. Assim, se reinventando e utilizando os recursos e tradições locais o setor garantiu a sua continuidade. O processo de inovação com base territorial foi definitivo para garantir a sustentabilidade do território. Hoje, o arranjo produtivo é uma rede institucionalizada, reconhecida e apoiada por políticas públicas do estado. Os processos de inovação com base territorial ocorrem dentro das empresas, mas também em sua organização e relação com o território. Os fatores locais atrelados a produtos e processos conferem características específicas aos produtos, assim como, a cultura entre as instituições, bem como os produtos desse terroir, também atuam de modo à reforçar a identidade local. São pontos de estabilidade que permitem releituras e a inovação, trazendo propostas para melhor utilizar os recursos territoriais e garantir, assim, sua sustentabilidade, em escopo amplo.

Referência(s)