
A obscenidade do olhar: da janela indiscreta de Alfred Hitchcock à câmera diegética
2015; PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS; Volume: 21; Issue: 1 Linguagem: Português
10.5752/p.1678-9523.2015v21n1p158
ISSN1678-9563
AutoresRenata Damiano Riguini, Ilka Franco Ferrari,
Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoNeste artigo, exploraremos o cinema como campo de interlocução paradiscussões sobre o olhar, na psicanálise. Em Janela Indiscreta, Hitchcock fazuso de um tipo de artifício no qual a câmera se confunde com o olho dopersonagem e do espectador. Assim, o apetite do olho é provocado, porHitchcock, ao saber fazê-lo funcionar servindo à pulsão. A validade deretomar esse modelo é constatar que o recurso do mestre do suspense éexplorado até a obscenidade em nossos dias; na obscenidade de querer poderver tudo, condizente com uma época em que a intimidade já não se esconde,em que tudo se mostra. Na pista de Hitchcock, com a tecnologia, o cinemade horror investe na câmera diegética e promove milhões em bilheteria,desde A Bruxa de Blair. Acreditamos que o cinema nos ensina sobre umanova forma de uso do olho, sintoma atual, que o torna mais que indiscreto,obsceno.
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