
Sobre a Análise Ergonômica do Trabalho ou AET
2015; Fundacentro; Volume: 40; Issue: 131 Linguagem: Português
10.1590/0303-7657ed0213115
ISSN2317-6369
Autores Tópico(s)Occupational Health and Safety in Workplaces
ResumoA expressao “analise ergonomica do trabalho” e pouco conhecida entre nos. Foi apenas a partir da decada de 1990, do seculo passado, que comecou a ser mais empregada gracas, principalmente, a publicacao de uma nova versao de uma das normas que disciplinam as materias de seguranca e saude do trabalhador no Brasil, a qual dizia textualmente: “cabe aos empregadores realizar a analise ergonomica do trabalho”. Trata-se da Norma Regulamentadora de Ergonomia 17, ou NR 17, do Ministerio do Trabalho e Emprego (BRASIL, 1990) que, em sua nova versao, ampliava o campo normativo da ergonomia. Anteriormente restrito a conselhos sobre como levantar e carregar pesos, ela passou a incluir mais quatro itens: o mobiliario de trabalho, algumas condicoes dos ambientes de trabalho, os equipamentos (todos os equipamentos) de trabalho e, a maior novidade, a organizacao do trabalho que, para efeito da norma, incluia o “conteudo do trabalho”, os “modos operatorios”, as regras e tempos de trabalho.O novo conteudo da NR 17 foi bastante influenciado pelo que, na epoca, era chamado de ergonomia francofonica e que era, nada mais nada menos, do que a ergonomia que estava sendo desenvolvida no entao Laboratorio de Ergonomia, do prestigiado Conservatorio Nacional de Artes e Oficios, o CNAM (em frances), de Paris. Por la, gracas a generosa acolhida que recebiam de seu diretor, o saudoso Professor Alain Wisner, passaram dezenas de brasileiros - medicos, psicologos engenheiros - que, de retorno ao Brasil, tratavam de por em pratica o que lhes parecia mais significativo, dentre o que tinham aprendido. Foi o que aconteceu quando da discussao da nova versao da norma (BRASIL, 2002), da qual participaram ex-alunos do Laboratorio de Ergonomia do CNAM.Mas, se esta ergonomia tentava responder as demandas sociais que chegavam aquele laboratorio, muitas delas vindas do forte movimento sindical frances da epoca, o mesmo nao aconteceu por aqui e muitos dos termos por la utilizados, relativamente claros e compreensiveis para os franceses, quando transportados para ca causaram e continuam causando duvidas.Os acasos da vida fizeram com que eu estivesse no Laboratorio (que entao se chamava Laboratorio de Fisiologia do Trabalho e Ergonomia) na epoca em que estava sendo formulado e sistematizado o que depois veio a ser chamado de Analise Ergonomica do Trabalho ou AET. Ainda guardo uma apostila de capa amarela (DURAFFOURG et al., 1977) que era utilizada por Jacques Duraffourg quando nos ensinava, a nos alunos do curso de especializacao, como ir a campo. Acredito que esta apostila tenha sido o embriao do posterior livro
Referência(s)