
Urbanização, globalização e segurança viária: um diálogo possível em busca da equidade?
2012; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE COLETIVA; Volume: 17; Issue: 9 Linguagem: Português
10.1590/s1413-81232012000900004
ISSN1678-4561
AutoresWaleska Teixeira Caiaffa, Amélia Augusta de Lima Friche,
Tópico(s)Urban Transport and Accessibility
ResumoSao Paulo, noite chuvosa de domingo, meados de julho. SNF, divorciado, voltava da festa de aniversario da filha de 5 anos, Maya. De motocicleta, seu meio de transporte e instrumento de trabalho, e que acabara de adquirir, aproveitando a facilidade de linha de credito vigente para o financiamento. Afinal, gastava quase 4 horas durante a semana para ir e vir do trabalho e nos finais de semana em que ia visitar a filha, que residia com a mae do outro lado da cidade. Beijou sua filha na despedida e prometeu ligar quando chegasse em casa. Nao ligou. No meio do caminho, foi atropelado por um carro que havia cruzado o sinal vermelho. SNF foi arremessado a 7 metros de distância, “e flutuou no ar como se fosse um passaro, e se acabou no chao feito um pacote flacido”, no outro lado da pista. Aos 29 anos, vitima de traumatismo craniano e hemorragia interna, “morreu na contramao atrapalhando o trafego”. [Adaptado da reportagem da Revista Veja, 9 de maio de 2012, os nomes sao ficticios; Chico Buarque, Construcao] Viver nas cidades tem representado um desafio para a sociedade contemporânea, e a seguranca viaria e uma das suas principais preocupacoes. As cidades, fontes de criatividade e tecnologia, funcionam como os motores do crescimento economico originando um novo fenotipo urbano, evocado por McMichel em sua celebre frase livremente traduzida, como “o modo de viver urbano e a pedra angular da moderna ecologia humana”.
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