Artigo Acesso aberto Produção Nacional

Trombose de stent farmacológico no "mundo-real": análise crítica do Registro DESIRE (Drug-Eluting Stent in the Real World)

2008; Elsevier BV; Volume: 16; Issue: 2 Linguagem: Português

10.1590/s2179-83972008000200007

ISSN

2179-8397

Autores

Ricardo A. Costa, Amanda G. M. R. Sousa, Adriana Moreira, J. Ribamar Costa, Galo Maldonado, Manuel Cano, Luiz Fernando Tanajura, Fausto Feres, Luiz Alberto Mattos, Rodolfo Staico, Alexandre Abizaid, César Jardim, Ieda M. Liguori, Abrão Cury, Otávio Berwanger, Adib Jatene, J. Eduardo Sousa,

Tópico(s)

Cardiac Imaging and Diagnostics

Resumo

FUNDAMENTOS: Reportamos a incidência e os preditores de trombose de stent numa grande coorte de pacientes complexos tratados com stents farmacológicos (SF) no "mundo-real". MÉTODO: Entre maio de 2002 e janeiro de 2008, 2.365 pacientes não-selecionados com > 1 lesão coronária com estenose > 50% foram tratados com SF. O seguimento clínico até cinco anos (média 2,2 ± 1,5 anos) foi completado em 98,3%. RESULTADOS: Entre os pacientes avaliados, 29% tinham diabetes, 60% eram portadores de doença multiarterial e 40% apresentavam síndrome coronária aguda (15%, infarto agudo do miocárdio [IAM]). A artéria descendente anterior foi o vaso-alvo mais freqüentemente tratado (35,8%), e 67% das lesões eram de alta complexidade (tipo B2/C). No total, 3.634 SF foram implantados e 40% dos pacientes receberam múltiplos stents. A trombose de stent (classificação Academic Research Consortium) incidiu em 1,6% (n = 38), 60,5% com confirmação angiográfica, 42% ocorreram entre 1 e 12 meses e 47% dos eventos tiveram desfecho fatal. Os preditores independentes de trombose de stent foram: tabagismo atual (razão de risco [RR] 2,59; intervalo de confiança [IC] 95% 1,18-5,67; p = 0,018), intervenção coronária percutânea (ICP) no IAM (RR 3,50; IC 95% 1,31-9,40; p = 0,013), calcificação moderada/grave (RR 2,38; IC 95% 1,34-4,23; p = 0,003), lesão excêntrica (RR 1,86; IC 95% 1,03-3,34; p = 0,039), > 1 SF implantado por território miocárdico (RR 1,81; IC 95% 1,09-3,02; p = 0,023), pósdilatação (RR 0,50; IC 95% 0,29-0,90; p = 0,020) e estenose residual intra-stent (RR 1,04 [por aumento de unidade %]; IC 95% 1,01-1,06; p = 0,003). CONCLUSÕES: Nesse registro prospectivo do "mundo-real", a incidência cumulativa de trombose de stent até cinco anos de seguimento foi rara (1,6%), e foi associada a tabagismo, ICP no IAM, morfologia complexa da lesão, múltiplos stents implantados por território miocárdico e subexpansão do stent.

Referência(s)