Depoimento de Dona Adelaide Rocha
2014; Wiley; Volume: 13; Issue: 24 Linguagem: Português
ISSN
1600-0870
Autores Tópico(s)Cultural, Media, and Literary Studies
ResumoMeu marido [Seu Leocadio] ja nasceu aqui mesmo. A familia dele ja era daqui. Ele nasceu em 1932, 27 de abril de 1932, quando ele nasceu. A mae dele chegou aqui em 1910, 1913 por ai. Eu conheci meu esposo aqui mesmo. Quando eles vieram para ca, que eu estou falando, e quando Nimuendaju estava catando os indios por ai, la por Barao [de Antonina], la pelo litoral. Ele foi no Barao trouxe um povo de la, depois foi la para Santos e trouxe outro povo de la para acampar aqui, porque aqui estava sem ninguem, quando os Kaingang ja tinham deixado essa terra. Ai, que ele foi catar os indios por ai, para trazer para ca. Nessa ocasiao que ela veio com a familia dela. Ainda ela contava para nos que o pai dela largou o cafezal, largou os maquinarios de fazer farinha, largaram tudo para la, para vir embora para ca. Ai, veio ela, vieram as primas dela. So que e que nem eu estou falando: uns nao se acostumaram, voltaram para tras, esse povo que esta para la, os parentes dela, tem o Toninho, tem o Isec, tem o Enoque, tem o... sei la, tem mais o capitao Branco, ela sempre falava do [Capitao] Antonio Branco que voce falou. Voce perguntou se eu conheci? Ele veio uma vez, ele e o fi ho dele, o Fernando [Branco], a gente conheceu e eles ficaram aqui. E essa gripe espanhola veio e matou todo mundo, morreram todos, so ficou ela da familia; morreu a irma dela, morreu o irmao, morreu o sobrinho, o esposo, tudo, ficou ela, ela quase morreu tambem. Ela falou que foi Deus que nao quis que ela morresse e ela ficou, que era para ela contar as historias. Ai, ela casou e aqui ela produziu os filhos, os filhos casaram, veio os netos, e ela faleceu agora. Em 1996, acho que ela faleceu; e so ficou nos aqui, os filhos, as noras.
Referência(s)