
Odeon:etnografia de um bar
2008; Associação Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em História da Educação (ASPHE); Volume: 9; Issue: 19 Linguagem: Português
10.22456/1984-1191.9272
ISSN1984-1191
AutoreśPriscila Farfan Barroso, Juliana Brizola, Cornélia Eckert, Cauê Fraga Machado, Laura Domínguez de la Rosa, Viviane Vedana,
Tópico(s)Urban and sociocultural dynamics
ResumoNos altos da Avenida Borges de Medeiros, fervo do Bairro Centro em Porto Alegre, está o Odeon. Bar singular, mais precisamente localizado na rua de calçadas estreitas e fachadas antigas, Andrade Neves. A oportunidade de estudar esse local se deu através da disciplina de Antropologia Visual para os alunos de graduação em Ciências Sociais da UFRGS, com a coordenação da professora Cornelia Eckert e que contou ainda com a contribuição de pesquisadores associados ao Banco de Imagens e Efeitos Visuais (BIEV) e do Núcleo de Antropologia Visual (NAVISUAL) ambos vinculados ao PPGAS/UFRGS. Esta disciplina é organizada de forma que os alunos possam realizar um exercício etnográfico audiovisual, procedendo ao trabalho de campo com registro fotográfico, videográfico, sonoro e textual. Para tanto, a turma foi dividida em grupos que escolhiam temas a partir dos quais investigar a vida urbana. O tema escolhido pelo grupo foi sociabilidade e boemia. A proposta de investigar aspectos como a sociabilidade e a convivência a partir de um bar surgiram como forma de tornar o exercício de pesquisa bastante acessível aos integrantes do grupo. Seja pelo horário disponível para a realização das incursões de campo – quintas e sextas a partir das nove horas da noite –, seja pela relativa facilidade de acesso em termos de deslocamento e em termos de inserção, o universo de pesquisa pareceu interessante a todos os membros do grupo. É notável salientar que, embora os membros do grupo costumem freqüentar bares com certa constância, este ponto especificamente não fazia parte do itinerário “boêmio” da maioria dos universitários. Três dos estudantes já se conheciam, e como o pai de uma delas é freqüentador assíduo do local propuseram este bar como universo de pesquisa, pois tinham interesse em desvendar um pouco mais sobre a boemia dos bares no Centro da cidade. A quarta integrante do grupo, que desenvolve experiência de pesquisa etnográfica no espaço público, optou por experimentar esta etnografia num local privado para aprender a técnica dentro desse outro campo de problemas. No entanto a possibilidade de pesquisar o bar através dos recursos audiovisuais (foto, vídeo, captação de som e produção de texto) foi uma experiência nova para os alunos e gerou diferentes reflexões a respeito do estudo do homem. Desta maneira foi de comum acordo escrever um artigo para que possamos dividir com outros aprendizes o processo de quatro meses de investigação etnográfica durante o segundo semestre de 2007. Portanto nas linhas abaixo descreveremos nossas interpretações desse “encontro etnográfico” (CARDOSO DE OLIVEIRA, 1998), além de narrar alguns limites e possibilidades dos procedimentos técnicos utilizados em campo, como a captação de imagem, processos de escolha, seleção e edição de imagens.
Referência(s)