Pneumonia Criptogénica Organizante e Infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana
2015; Sociedade Galega de Medicina Interna; Volume: 76; Issue: 3 Linguagem: Português
10.22546/33/766
ISSN1989-3922
AutoresSara Custódio Alves, Tânia Strecht,
Tópico(s)HIV/AIDS oral health manifestations
ResumoPneumonia and Human Immunodeficiency Virus InfectionA Pneumonia Criptogénica Organizante (COP) é uma doença pulmonar intersticial difusa, que afecta bronquíolos distais, ductos alveolares e parede alveolar, com produção intraluminal excessiva de tecido de conjuntivo 1 .Num estudo recente no qual se observou a incidência do sinal do alvo invertido nas diferentes doenças pulmonares e a sua correspondência patológica concluiu-se que este sinal é relativamente inespecífico, podendo ser observado em várias doenças pulmonares 2 , demonstrando a importância da biópsia no diagnóstico destas patologias.Apesar de vários agentes infecciosos e não infecciosos terem sido implicados como seus possíveis precipitantes, a ocorrência simultânea de COP e vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) tem sido raramente descrita 1 .Com o avanço na terapêutica antiretroviral (TARV) o espectro das doenças pulmonares alterou-se, com patologias como doença pulmonar obstrutiva crónica, hipertensão pulmonar e neoplasia do pulmão a tornar-se mais importantes na população actual infectada por VIH.Apesar da diminuição da incidência de doenças infecciosas, as alterações imagiológicas nos doentes com infecção por VIH mantêm-se comuns, nomeadamente enfisema, nódulos e bronquiectasias.A idade e a exposição ao tabaco foram preditores significativos de anomalias radiológicas, ao contrário dos factores associados à infecção por VIH como a contagem de CD4+ e a carga viral 3 .A COP é uma entidade potencialmente tratável, mas muitas vezes sub-diagnosticada, que deve ser considerada em pneumonias que não respondem ao tratamento 4 .Os autores apresentam o caso de um homem de 50 anos, técnico auxiliar de acção médica, com diagnóstico e terapêutica recente de infecção por VIH (98 CD4+, carga viral de 197386 cópias/mL) e antecedentes de doença pulmonar crónica tabágica (50 UMAs) e toxicodependência activa -cannabis e heroína inalada.Admitido em internamento por pneumonia extensa em doente imunocomprometido.Na radiografia do tórax observavam-se infiltrados nodulares bilaterais extensos, pelo que realizou TC do tórax: consolidações parenquimatosas multifocais englobando todos os lobos, com imagens gasosas dispersas mas sem segura cavitação, com padrão confluente em ambas as bases associado a áreas de densificação em vidro despolido, espessamento reticular e parietal brônquico, aspectos de natureza indeterminada, admitindo-se etiologia infeciosa ou pneumopatia intersticial.Iniciou empiricamente antibioterapia de alto espectro e doses terapêuticas de fluconazol e cotrimoxazol, sem melhoria clínica, analítica ou imagiológica.Fez broncofibroscopia com
Referência(s)